Por Jéssica
A Fazenda 17 abriu os portões nesta segunda-feira, 15 de setembro, às 22h30, e já entrou em modo turbo: são 26 confinados, dois infiltrados jogando em sigilo e um prêmio de R$ 2 milhões no horizonte. Ao longo de 95 dias, a casa rural volta a ser palco de alianças, tretas e provas que mexem com o físico e a cabeça de quem topar o desafio.
A estreia entregou o pacote completo: apresentação ágil, tensão no ar e aquele empurrão de caos que o público ama. Uma invasão de carro de som — planejada pela produção — anunciou a chegada de novos nomes e virou o clima entre os peões. Resultado? Conversas atravessadas, cochichos nos cantos e todo mundo tentando decifrar quem está jogando limpo e quem está “a trabalho”.
Adriane Galisteu retorna no comando com a experiência de quem conhece o ritmo do jogo. Ela sinalizou uma temporada com menos espaço para o “banho-maria” e mais decisões cedo, para forçar posicionamentos. O recado foi claro: quem demorar a se mexer, vira alvo rápido.
Quem são os 26 confinados
A composição do elenco mira diversidade de perfis para acender faísca em qualquer dinâmica: música, atuação, jornalismo, reality veterans e parentes de famosos com bagagem própria na internet. Entre os confirmados, estão nomes que devem puxar narrativa desde o primeiro dia.
- Will Guimarães — DJ e modelo, passou pelo Rancho do Maia e chega com público de balada e redes.
- Creo Kellab — ator reconhecido por Impuros, vem com o selo de quem transita bem em personagem e estratégia.
- Michelle Barros — jornalista e apresentadora, com passagens por Globo, SBT e UOL; repertório e faro para ler a casa.
- Matheus Martins — ator, modelo e DJ com trabalhos em marcas internacionais; perfil competitivo e de convivência em grupo.
- Maria Caporusso — influenciadora e empresária, ficou conhecida em Casamento às Cegas 3; fala direta e senso de jogo.
- Saory Cardoso — ex-De Férias com Ex e ex-mulher do ator Marcelo Novaes; já conhece a pressão de reality.
- Guilherme Boury — ator de Chiquititas e sobrinho de Fábio Jr.; vem com trajetória em TV e público fiel.
- Gabily — cantora, com passagem por Rancho do Maia e De Férias com Ex; pop, palco e holofote não assustam.
- Carol Lekker — esteve no Miss Bumbum 2022 e A Grande Conquista; acostumada a voto popular e exposição.
- Renata Muller — criadora de conteúdo, ex-mulher do ator Victor Pecoraro; fala afiada e experiência de vida pública.
- Kathy Maravilha — ex-Bonde das Maravilhas; carisma, dança e energia de grupo.
- Tamires Assis — artista do folclore amazônico; cultura popular e resistência física nas tarefas.
- Wallas Arrais — cantor de forró; estrada, palco e jogo de cintura.
- Yoná Souza — mãe de Anthony, do Power Couple 7; bagagem de reality na família e leitura de convivência.
- Fabiano Moraes — pai da influenciadora Viih Tube; elo com o universo digital e pimenta geracional na casa.
- Dudu Camargo — jornalista; perfil polêmico e discurso que costuma dividir opiniões.
O elenco anunciado soma 24 participantes e dois infiltrados, mas a produção guarda cartas para jogar ao longo da semana. Nem todos os nomes que vão cruzar a porteira foram revelados na estreia, justamente para alimentar a dúvida — quem chega para compor elenco, e quem já estava sob disfarce? A estratégia é simples: com a casa em alerta, qualquer passo vira pista.

Como será a dinâmica da temporada
A espinha dorsal continua fiel ao que fez o formato grudar no público, com mexidas pontuais para temperar o jogo:
- Fazendeiro da semana: liderança com poder e responsabilidade. Quem vence comanda tarefas, indica à Roça e mexe nas peças do tabuleiro.
- Provas de resistência e habilidade: físicas, de sorte e raciocínio. Puxam limites, exaurem energia e expõem temperamentos.
- Formação da Roça: três ou quatro indicados, dependendo da semana. Indicação do Fazendeiro, votos da casa e dinâmica-surpresa entram na conta.
- Prova do Fazendeiro: chance de escapar da Roça e ainda voltar com poder máximo. Quem perde, encara o veredito do público.
- Voto popular pela internet: a audiência decide quem fica. Sobrevive quem mexe com torcida — para o bem ou para a treta.
- Tarefas rurais e regras: cuidar dos animais, manter a sede, cumprir horários. Vacilo rende punição coletiva e queima filme com a casa.
O papel dos infiltrados é a grande novidade. A emissora não detalhou tudo, mas deixou no ar que eles podem cumprir missões secretas, influenciar votações e liberar vantagens ou desvantagens nas dinâmicas. Em termos práticos, significa paranoia instalada: acusações, teorias e gente tentando decifrar pistas enquanto cuida do feno e do milho.
A estreia deu um gostinho de como esse jogo paralelo vai funcionar. O anúncio por carro de som mexeu no eixo dos grupos, mostrou quem partiu para a liderança de narrativa, quem preferiu se esconder e quem não resistiu a um confessionário informal no sofá. Reality é sobre percepção, e os infiltrados distorcem o mapa mental dos peões.
Para quem acompanha a franquia desde 2009, os códigos estão todos lá: a temida Baia, o impacto do Lampião de Poder, as reviravoltas de última hora e os embates que nascem de tarefas simples — como ração, horta e divisão de quartos. O rural não é cenário; é gatilho. E chama para o jogo quem tem disciplina, quem tem influência e quem sabe levantar torcida.
O elenco foi pensado para provocar faíscas diferentes. Há quem transite com naturalidade em palco e câmera, como cantores e atores. Há quem domine a lógica de algoritmo e trending topics, caso de influenciadores. E há perfis do jornalismo, com escuta atenta e discurso afiado. Misture tudo numa casa sem escape e o resultado é imprevisível.
Adriane Galisteu deve apertar o passo nas formações de Roça iniciais para evitar inércia. A leitura de bastidor é conhecida: semanas sem conflito derrubam audiência e acomodam quem só quer sobreviver. Ao provocar movimento cedo, a produção expõe estratégia, revela prioridades e força a casa a se posicionar.
O público volta a ser o fiel da balança. O voto online cria aquela sensação de campanha eleitoral: discurso no ao vivo, mutirão nas redes, corte de vídeo viral e torcida organizada. Quem entender esse fluxo — e souber pedir apoio sem soar apelativo — ganha milhas. Quem desprezar, vira estatística.
Nos bastidores, a engrenagem também cresceu. A edição diária condensa as brigas e as reconciliações, enquanto o sinal ao vivo no streaming da emissora mantém a vigilância constante. É ali que nascem os memes, os cancelamentos relâmpago e as reviravoltas de popularidade que ninguém cravou no bolão do primeiro dia.
Vale lembrar: regra quebrada gera punição coletiva. Microfone desligado, cochicho no quarto, descumprimento de horários — tudo isso cobra preço em água, gás ou comida. Não é só castigo; é gatilho social. A casa pune quem erra. E esse ressentimento turbina voto.
O cuidado com os animais segue protocolo rígido: tarefa cumprida, respeito a rotinas e supervisão constante da produção. Quem afrouxa vira alvo dentro e fora da casa. O público observa, cobra coerência e ajusta a mira na hora de decidir quem merece ficar.
E o caminho até a final? Com 95 dias de jogo, dá para ver ciclos completos: começo tímido, explosão de personalidade, desgaste das alianças, traições discretas e retomadas surpreendentes. É quando os “plantas” aprendem a falar, os “líderes” se perdem no próprio ego e os “vilões” carismáticos descobrem que a fronteira entre amor e rejeição é de poucos cliques.
Quem larga na frente? Pelos perfis, nomes com estrada em reality tendem a acelerar: sabem onde entregar conteúdo e onde economizar energia. Artistas com base de fãs ativa, como cantores e atores populares, também chegam com combustível. Mas reality é maratona. Resiste quem adapta roteiro ao humor do público sem trair a própria essência.
Com prêmio de R$ 2 milhões e final prevista para dezembro, a 17ª temporada tem tudo para testar limites. A casa está cercada, o país está assistindo e o jogo começou antes mesmo de a porteira fechar. Agora, é observar quem transforma conveniência em estratégia — e quem vai virar história da temporada por bem ou por mal.