
Um tributo raro e especial no futebol brasileiro
No futebol, momentos de rivalidade costumam dominar as manchetes. Mas no dia 13 de abril de 2025, no Maracanã, a história foi diferente. Fluminense e Santos transformaram um simples amistoso em algo muito maior: uma homenagem carregada de emoção a Carlos Alberto Torres, lenda que marcou gerações e fez história por ambos os clubes. Antes da bola rolar, todos os olhares se voltaram para o gramado, onde uma cerimônia reuniu dirigentes, amigos e familiares do ex-capitão da Seleção Brasileira campeã do mundo em 1970.
Santos surpreendeu ao presentear o Fluminense com uma escultura criada por Renato Guedes, artista reconhecido por eternizar ícones do esporte. O detalhe que arrancou lágrimas dos presentes foi a entrega da obra a Alexandre Torres, filho de Carlos Alberto e também ex-jogador. Ele ainda recebeu uma camisa histórica do Santos, ostentando o número 4 imortalizado pelo pai, em um símbolo marcante de respeito e reconhecimento.
Do Tricolor ao Peixe: a ponte de um ídolo raro
A ligação de Carlos Alberto Torres com Fluminense e Santos vai além dos números. Ele iniciou a carreira no Fluminense, onde se destacou ainda jovem, e depois brilhou no Santos, clube pelo qual conquistou 10 títulos importantes, como cinco Campeonatos Paulistas, dois Brasileiros, além de glórias internacionais como a Recopa Sul-Americana e o Mundial Interclubes de 1968. No entanto, o que faz dele uma referência não é só a prateleira cheia, mas a forma como defendia colegas dentro e fora de campo. Segundo Alex Fernandes, responsável pelo Memorial das Conquistas do Santos e organizador da solenidade, Torres era mais que um craque: era uma voz ativa pelos direitos dos jogadores, um líder natural e respeitado mundialmente.
O Maracanã, que tantas vezes testemunhou jogadas geniais do "Capita", virou palco de uma reconciliação entre passado e presente. Os torcedores, independentemente de suas camisas, celebraram um futebolista que soube unir dois dos maiores clubes do Brasil por meio de postura ética, talento e postura inspiradora. Todo o evento serviu para lembrar que a rivalidade pode dar lugar à reverência, principalmente quando o assunto é alguém que marcou não só Santos e Fluminense, mas o esporte de forma global.
A vitória por 1 a 0 do Fluminense ficou em segundo plano diante da grandeza do momento. Nos bastidores, familiares, ex-atletas e dirigentes reforçaram a importância de manter vivo o exemplo de Carlos Alberto Torres: um verdadeiro elo entre gerações e camisas rivais, mas que encontra respeito irrestrito onde a memória do futebol brasileiro ainda pulsa forte. Com gestos como esse, tanto Fluminense quanto Santos mostram que a história pode — e deve — ser celebrada juntos, sem medo de reconhecer a grandeza de quem realmente fez diferença dentro e fora do campo.
mai, 26 2025