Quando René Rodrigues Simões falou ao vivo com o GE Globo em novembro de 2025, ninguém esperava que ele voltasse à polêmica que marcou uma geração — e que, hoje, ecoa com uma nova geração. O treinador de 72 anos, hoje atuando como mental coach para jogadores e técnicos como Filipe Luís Kasmirski do Clube de Regatas do Flamengo, não se limitou a dar dicas de desempenho. Ele fez uma ponte entre o passado e o futuro do futebol brasileiro. E a mensagem foi direta: Endrick precisa aprender a sentar no banco. 'Aceite o banco, meu filho, você é muito novo para decidir se tem que ser titular do Real Madrid ou não'. A frase, simples e dura, não foi um ataque. Foi um soco no peito de quem pensa que talento basta.
Um conselho que veio de 2010
A polêmica entre René Simões e Neymar da Silva Santos Júnior começou em 2010, durante um jogo entre Atlético Clube Goianiense e Santos Futebol Clube. O jovem Neymar, então com 18 anos, desobedeceu o técnico Dorival Júnior e queria cobrar um pênalti. Perdeu. E perdeu também a chance de mostrar maturidade. Simões, que comandava o Atlético-GO na época, não poupou palavras: 'Estamos criando um monstro no futebol brasileiro'. A frase virou manchete. Virou meme. Virou referência. E, até hoje, ele não se arrepende. "Foi um momento de alerta. Não era sobre o pênalti. Era sobre respeito. Sobre o que a gente ensina aos jovens", disse ele em entrevista ao Jogada10.Endrick e o peso da expectativa
Hoje, Endrick Felipe Moreira de Sousa, de apenas 18 anos, vive o mesmo tipo de pressão — só que em outro nível. Transferido pelo Sociedade Esportiva Palmeiras para o Real Madrid Club de Fútbol em 2024, o garoto foi tratado como o próximo fenômeno. Mas o futebol europeu não é o Brasileirão. A pressão é maior. A concorrência, mais feroz. E o técnico Carlo Ancelotti não é o mesmo que dá espaço por emoção. Endrick já entrou em sete jogos da La Liga, mas só começou dois. Não marcou. Não brilhou. Mas também não reclamou. E é aí que Simões entra. 'O jogador não pode sentar e cruzar os braços. Tem que observar, aprender, se preparar. O banco não é castigo. É escola', afirmou ele, com o olhar de quem já viu muitos talentos se perderem por orgulho.Neymar: entre lesões, críticas e a Copa de 2026
Enquanto isso, Neymar, agora com 33 anos, luta para manter o ritmo no Santos Futebol Clube. As lesões se acumulam. As críticas também. E a Seleção Brasileira? Ele ainda tem espaço? Simões não respondeu diretamente — mas deu a chave: 'A primeira pergunta que ele precisa fazer é: eu quero mesmo jogar a Copa de 2026?'. A resposta, ele sabe, não é técnica. É emocional. É de vontade. É de humildade. Porque, como ele lembrou, Neymar já foi o menino que desafiou o treinador. Hoje, é o jogador que pode ser o líder — se quiser.
Um homem que nunca mudou de opinião
Simões não é o tipo de treinador que se adapta ao vento. Em 2019, ele disse que Bruno Henrique do Flamengo era tecnicamente superior a Cristiano Ronaldo. A resposta foi caótica. Mas ele não recuou. "Comparar títulos é fácil. Comparar técnica é mais difícil. E o Bruno tem mais habilidade com a bola no pé do que o Ronaldo tinha aos 25 anos", disse ele ao GE Globo. Essa é a essência de Simões: ele vê o jogo com os olhos da técnica, não da mídia. E acredita que o futebol moderno está perdendo o rumo — não por falta de talento, mas por falta de caráter.O que vem a seguir?
A Copa do Mundo de 2026, que acontecerá entre a Copa do Mundo de 2026Estados Unidos, Canadá e México, será um teste de fogo para a nova geração. Endrick, com seu talento bruto, precisa aprender a ser paciente. Neymar, com sua experiência, precisa decidir se ainda quer carregar a camisa 10. E Simões? Ele vai continuar sentado na arquibancada, observando, falando, ensinando. Sem medo de ser incômodo. Porque, para ele, o futebol não é só sobre gols. É sobre quem você se torna quando ninguém está olhando.Frequently Asked Questions
Por que René Simões acha que Endrick deve aceitar o banco no Real Madrid?
Simões acredita que Endrick, aos 18 anos, ainda está em fase de aprendizado. No Real Madrid, o banco não é punição — é observação. Jogadores como Modrić e Kroos começaram como substitutos e se tornaram lendas. Aprender o ritmo da Liga dos Campeões, entender o posicionamento dos titulares e desenvolver paciência é mais valioso do que jogar 20 minutos por jogo. O técnico é quem decide, não o jogador.
Neymar ainda tem chance de voltar à Seleção Brasileira em 2026?
Tecnicamente, sim. Mas Simões destaca que a decisão não é de técnica, e sim de desejo. Neymar precisa querer, de verdade, sacrificar sua rotina, se recuperar das lesões e se adaptar ao sistema da seleção. Ele já tem 33 anos, muitas lesões e uma vida fora de campo muito diferente da de jogadores como Vinícius Júnior. A seleção precisa de liderança — mas só se ele estiver disposto a ser um jogador, e não um ícone.
Qual foi o impacto das críticas de Simões a Neymar em 2010?
As declarações de Simões geraram um debate nacional sobre a formação de jovens atletas. O Santos passou a investir mais em educação comportamental. A CBF criou programas de orientação psicológica para categorias de base. E Neymar, anos depois, admitiu em entrevista que aquilo o fez refletir — embora nunca tenha se desculpado publicamente. A crítica, por mais dura que fosse, mudou o cenário.
Como Simões lida com as críticas por suas opiniões polêmicas?
Ele diz que não busca popularidade, mas verdade. Comparar Bruno Henrique com Ronaldo ou dizer que Neymar era um "monstro" nunca foi para gerar polêmica — foi para chamar atenção para o que ele vê como desrespeito ao esporte. Ele se considera um professor, não um comentarista. E como professor, prefere ser incomodado a ser silencioso quando algo está errado.
O que mudou no futebol brasileiro desde 2010, segundo Simões?
Segundo ele, o futebol virou negócio antes de ser esporte. Jovens são vendidos aos 16 anos, pressionados a vender imagem, e não a desenvolver caráter. O que ele vê hoje é um exército de jogadores talentosos, mas frágeis emocionalmente. "Temos mais estrelas, mas menos líderes. Mais dinheiro, mas menos respeito. E isso vai custar caro no futuro".
Simões ainda tem contato com Neymar ou Endrick?
Ele só enviou uma carta a Neymar, em 2011, e nunca mais teve contato direto. Com Endrick, não tem relação pessoal — mas disse que, se o garoto quiser conversar, está disponível. "Não estou aqui para ser amigo. Estou aqui para ser honesto. Se ele quiser ouvir, eu estou aqui. Se não quiser, também está tudo bem".
Evandro Argenton
novembro 17, 2025 AT 01:00Mano, o René tá falando a verdade que ninguém quer ouvir. Endrick é talento puro, mas se achar que é o próximo Messi porque jogou no Palmeiras, vai se quebrar na Europa. O banco não é castigo, é escola. Ponto.
Adylson Monteiro
novembro 18, 2025 AT 12:19Essa história de 'aceite o banco' é ridícula! Neymar foi o maior talento da geração, e hoje tá no Santos por causa de lesões e baboseira! Endrick não precisa ouvir velho que vive no passado! O futebol mudou, o mundo mudou, e o banco é só um lugar pra ficar com o celular na mão!
Aline de Andrade
novembro 18, 2025 AT 15:37Simões tem razão. O futebol moderno prioriza o marketing sobre a formação. Endrick precisa de disciplina estrutural, não de minutos de jogo aleatórios. A maturidade emocional é o diferencial técnico mais subestimado no futebol contemporâneo.
Amanda Sousa
novembro 20, 2025 AT 15:21É curioso como a mesma frase que assustou Neymar em 2010 agora serve como guia para Endrick. A história se repete, mas com um detalhe: hoje, o jovem tem acesso a psicólogos, nutricionistas, analistas de desempenho... O que falta não é estrutura. É humildade. E isso ninguém pode dar. Só o próprio garoto pode escolher.
Fabiano Oliveira
novembro 21, 2025 AT 12:57René Simões não é um 'velho retrógrado'. Ele é um observador clínico. E o que ele vê é uma geração de jogadores que confunde fama com competência. Endrick não precisa de mais vídeos no TikTok. Precisa de mais minutos no banco, observando Kroos, vendo como ele se movimenta sem a bola. Isso é futebol.
Bruno Goncalves moreira
novembro 23, 2025 AT 11:31Eu acho que o René tá certo, mas tá falando com o público errado. O problema não é o Endrick. O problema é o clube, a imprensa, os torcedores que tratam ele como se fosse um deus. Se o Real Madrid quer um campeão, tem que dar espaço. Se quer um aprendiz, tem que deixar ele aprender. Mas não pode exigir os dois ao mesmo tempo.
Carla P. Cyprian
novembro 24, 2025 AT 15:19A análise de René Simões é profundamente alinhada com os princípios do futebol europeu de alto rendimento. A submissão ao sistema tático, a paciência no desenvolvimento e a rejeição da individualidade exagerada são pilares que sustentam clubes como o Real Madrid. A pressa é inimiga da excelência.
Suellen Cook
novembro 26, 2025 AT 12:25Se o Neymar tivesse ouvido isso em 2010, ele não teria virado um ícone? Ou teria virado um jogador melhor? O problema não é ele não ter ouvido. O problema é que ninguém mais ousou dizer isso depois. E agora, o mesmo erro tá se repetindo com Endrick. E ninguém vai falar nada, porque o dinheiro é maior que a verdade.
Wagner Wagão
novembro 28, 2025 AT 10:03Quem nunca sentou no banco e aprendeu mais do que em 90 minutos de jogo? Eu joguei em times amadores, e o cara que sentava no banco era sempre o mais esperto. Ele via o jogo inteiro. Ele entendia os movimentos. Ele se preparava. Endrick não tá perdendo tempo. Ele tá construindo uma base. E quando chegar a hora, ele vai ser o cara que ninguém esperava.
Joseph Fraschetti
novembro 28, 2025 AT 10:47Então o que é mais importante: ser titular ou ser melhor que os titulares? Porque se Endrick tá aprendendo com o banco, ele tá se tornando mais que um jogador. Ele tá se tornando um líder. E líderes não precisam de bola pra mandar.
Alexsandra Andrade
novembro 29, 2025 AT 16:31Eu acho que o René tá sendo um pai pra esses garoto. Ele não tá falando pra eles serem humildes por obrigação. Ele tá falando pra eles serem humildes porque é isso que faz um jogador durar. O futebol não é só gols. É respeito. É paciência. É saber esperar. E Endrick, por enquanto, tá fazendo isso direitinho. Ele merece todo o apoio.
Nicoly Ferraro
dezembro 1, 2025 AT 02:09Se o Neymar tivesse ouvido isso, talvez ele não tivesse virado um ícone… mas talvez tivesse virado um campeão. 😔 A gente ama o que ele fez, mas o que ele poderia ter sido? Endrick tem a chance de não repetir isso. E eu tô torcendo pra ele ouvir. 🙏
isaela matos
dezembro 2, 2025 AT 01:19Essa história toda é só um show. O Real Madrid tá usando o René pra criar uma narrativa bonitinha. Endrick tá sendo escondido porque não tá rendendo. Ponto. Nada de 'banco é escola'. É só que ele não é bom o suficiente ainda.
Mailin Evangelista
dezembro 3, 2025 AT 11:35Simões é um retrógrado. Neymar era o futuro. Endrick é o futuro. O banco é só um lugar pra esconder jogadores que não servem. Fim.
Raissa Souza
dezembro 4, 2025 AT 23:56A falácia da humildade como virtude esportiva é um constructo cultural ocidental que projeta valores de ascetismo sobre a expressão artística do futebol. Endrick é um fenômeno estético, não um funcionário. A estrutura do Real Madrid está desalinhada com a essência da genialidade.
Ligia Maxi
dezembro 6, 2025 AT 09:19Eu tô aqui desde 2010, quando o Neymar foi criticado. Lembro que todo mundo achava que o Simões tava louco. Mas hoje, quando eu vejo o Neymar, com 33 anos, tentando voltar, e o Endrick, com 18, sendo tratado como se fosse o Messias… eu vejo o mesmo ciclo. E não é só sobre futebol. É sobre como a gente trata os jovens. A gente os coloca em pedestais e depois se espanta quando eles caem. E aí, quando caem, a gente diz: 'ah, mas eu avisei'. Mas ninguém avisou na hora certa. Só depois. E aí, ninguém quer ouvir mais ninguém. É triste. É sempre triste.
Aron Avila
dezembro 7, 2025 AT 17:01Se o René tivesse treinado o Neymar, ele nunca teria ido pro Barcelona. E o Endrick? Ele vai virar um jogador comum. Porque não tem coragem de ser diferente. O banco é só um jeito de matar o talento.
Elaine Gordon
dezembro 8, 2025 AT 19:25René Simões é um dos poucos que ainda entendem que o futebol é um esporte coletivo, e não um reality show individual. A paciência não é fraqueza. É estratégia. E Endrick, se aprender isso, será um dos grandes.