Uma noite para a história: Vasco atropela Santos com 6 a 0 no Morumbis
Ninguém que esteve no Morumbis em 17 de agosto de 2025 vai esquecer o que viu. Numa atuação inspirada, o Vasco goleou o Santos por 6 a 0, carimbando a maior vitória vascaína no duelo que já dura quase um século. O placar superou pra valer o antigo 5 a 1 e surpreendeu torcida, imprensa e até os próprios jogadores. Um verdadeiro choque de realidade para o lado santista, e um novo fôlego para uma equipe carioca que tentava se reencontrar na temporada.
O jogo já começou pegado, com o Vasco mostrando desde cedo que estava disposto a tirar a má fase do caminho. Aos 18 minutos, Lucas Piton aproveitou sobra e abriu o placar, deixando claro que a noite seria de pressão. No segundo tempo, a avalanche vascaína tomou conta: David marcou o segundo logo no início. O que veio depois se transformou em massacre. Philippe Coutinho comandou o baile com dois gols em poucos minutos (54 e 62), mostrando categoria, visão de jogo e frieza na frente do gol. Para fechar o cartão de visitas, Rayan e Tchê Tchê ampliaram – parecia replay toda vez que a bola balançava a rede santista.

Números, emoção e impacto financeiro
O estádio estava lotado: mais de 51,500 torcedores viram de perto a goleada. Para o Santos, a única boa notícia da noite foi financeira – a renda beirou os R$ 5 milhões, recorde do clube em partidas recentes, mesmo com o resultado devastador dentro de campo. Esse público deu outro significado ao clássico: o espetáculo nas arquibancadas foi bonito, mas para os donos da casa o clima azedou cedo.
Nas estatísticas, o Vasco deu aula de eficiência: 6 gols em 14 finalizações, 9 delas indo direto no alvo. Um índice de aproveitamento raro, principalmente se lembrar que a pontaria não vinha sendo o forte do time. O técnico Fernando Diniz explicou após a partida que o segredo não foi uma mudança radical na estratégia, mas sim o capricho nas conclusões. "Criávamos chances, mas não aproveitávamos; hoje, quase tudo entrou", disse o treinador, aliviado pelo resultado que tirou o time do Z-4 e colocou pressão nos adversários diretos.
A repercussão foi pesada no vestiário santista. Neymar, referência máxima do clube e torcedor declarado, não segurou as lágrimas no gramado. A cena de Diniz indo consolá-lo virou símbolo do quanto o futebol pode ser devastador em dias assim. O Santos, apesar da derrota histórica, segue na frente do Vasco, em 15º com 21 pontos, mas a confiança ficou abalada. Com um tropeço desses em casa – algo inédito em sua história recente no Brasileirão, já que nunca havia perdido por mais de quatro gols – fica difícil encontrar resposta imediata.
Para o Vasco, o alívio por sair da zona de rebaixamento valeu como combustível extra. Os jogadores comemoraram como se fosse um título e agradeceram o apoio maciço da torcida. Agora, a meta é tentar emplacar sequência positiva para afastar de vez o fantasma da degola. O próximo desafio é contra o Juventude, em Caxias do Sul, num jogo atrasado que pode consolidar a reação.
Do lado do Santos, resta digerir a goleada, ajustar o psicológico e tentar recuperar o moral já na próxima rodada, quando enfrenta o Bahia fora de casa. Esse 6 a 0 não vai ser esquecido tão cedo – mas o futebol sempre oferece a chance de mudar a história no próximo apito inicial.