Quando o placar chegou a 5 a 2 a favor do Atlético Madrid, o som das arquibancadas ainda ecoava quando Diego Simeone, o argentino conhecido por seu temperamento intenso, não conseguiu segurar as lágrimas. O técnico admitiu, sem rodeios, que chorava de orgulho e alívio. A vitória histórica contra o Real Madrid, rival da cidade, marcou um dos momentos mais marcantes da temporada.
Um derby inesquecível
O clássico de Madrid sempre traz tensão, rivalidade e uma dose enorme de pressão para ambas as bancadas. Poucas vezes, porém, o jogo se transforma em espetáculo com tantos gols. O Atlético não só superou o Real, como fez isso de forma avassaladora, marcando cinco vezes – algo raro nos confrontos diretos. Cada gol trouxe uma onda de euforia que varreu a torcida rojiblanca e mudou o clima da partida.
Do ponto de vista tático, Simeone impôs um pressing agressivo logo nos primeiros minutos, forçando o Real a cometer erros e abrindo espaço para os atacantes. O meio-campo, liderado por Koke e Rodrigo De Paul, controlou o ritmo, enquanto o ataque, com João Félix e Ángel Correa, aproveitou cada oportunidade. A defesa, apesar de sofrer nos primeiros lances, se reorganizou e evitou que o Real encontrasse o caminho de volta ao placar.
Além da superioridade numérica no placar, a vitória trouxe uma mensagem clara para a liga: o Atlético voltou a ser um adversário temido, capaz de balançar os alicerces dos clubes mais vitoriosos. A goleada se tornou ponto de referência para outras equipes que desejam quebrar o domínio de longa data de Real e Barcelona.
Simeone e a emoção do triunfo
Para Simeone, o luto que sentiu não foi de fraqueza, mas de reconhecimento da trajetória construída ao longo de anos. O técnico chegou ao Atlético há mais de uma década, transformando o clube em um bloco de resistência e luta incansável. Ver o trabalho de formação de jogadores, a disciplina tática e a ética de equipe recompensada em um 5 a 2 contra o maior rival foi, para ele, a confirmação de que todo esforço valeu a pena.
Ele explicou que a emoção também vem do peso que esse clássico carrega na cultura madrilena. “É mais que um jogo, é parte da nossa identidade”, disse o técnico ao conceder entrevista. A reação genuína ao chorar evidencia o apego pessoal ao Atlético e a responsabilidade que sente ao representar a torcida.
Os fãs, por sua vez, embrulharam o técnico em abraços e cantos, reforçando a ligação entre treinador e clube. Nas redes sociais, imagens de Simeone com os olhos marejados viralizaram, gerando milhares de comentários de apoio e orgulho. O momento também serviu como lembrete de que o futebol, além de estratégias e talentos, tem um lado humano que pode tocar profundamente.
Com a vitória, o Atlético deu um salto importante na classificação da LaLiga, aproximando-se da disputa pelo título. A partida também colocou Simeone entre os poucos técnicos que conseguiram uma goleada tão expressiva contra o Real, consolidando ainda mais sua reputação de estrategista capaz de extrair o melhor de seus jogadores nos momentos decisivos.